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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Leia sobre a conversão de Thabiti Anyabwile. Introdução do livro “O Evangelho para Muçulmanos”, futuro lançamento da Editora Fiel.

O evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1.16) – e também dos muçulmanos!

Ela era uma profissional muito atraente, entre seus 20 e 30 anos. Era claro que respondera ao convite de um amigo para vir à discussão sobre islamismo. Permaneceu de pé pacientemente, acompanhando cada palavra, enquanto os outros faziam perguntas e saiam em fila. Por fim, a multidão diminuiu, e ela me agradeceu tímida e educadamente pela palestra.
Então, o olhar. Eu já tinha visto aquele olhar muitas vezes antes. Num instante, uma alegria antes proibida, mas agora inefável, rompeu em sua face. Lágrimas rolaram, mas sua face brilhava de alegria. Seus olhos ficaram levemente arregalados de entusiasmo. Ela me disse que sua família era do Irã. Agora, ela vivia e trabalhava nos Estados Unidos, com seus pais. E, como é costume, viveria sob o cuidado deles até que casasse. Mas ela tinha um segredo. Nas últimas duas semanas, ouvira o evangelho de Jesus Cristo e agora o amava como seu Salvador.
“Eu não sei como dizer a meus pais ou o que acontecerá. Mas nunca fui tão feliz em minha vida. Não posso explicar… sinto tanta alegria.” Mais lágrimas. Mais face radiante de alegria.
O evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1.16) – e também dos muçulmanos!
Às vezes, acho que os cristãos duvidam desta verdade maravilhosa – o evangelho é o poder triunfante de Deus na vida de qualquer pessoa e de todos que creem. Às vezes, parece que pensamos que certas pessoas estão fora do alcance do evangelho. Certamente, muitas vezes damos a impressão de que pensamos que os muçulmanos estão além do alcance do evangelho e são impermeáveis ao poder do evangelho.
No entanto, em contrário a nossa incredulidade, o evangelho de Jesus Cristo é realmente triunfante no coração, mente e vida de inúmeros homens e mulheres de diferentes contextos muçulmanos. Eu sou uma dessas pessoas.
Gastei parte significativa de minha como um perdido. Sendo separado de Deus por causa de meu pecado, me dediquei a muitas atividades, pensamentos e atitudes contrárias ao evangelho. Entretanto, isto nunca foi mais verdadeiro do que quando vivi como um muçulmano praticante.
Eu me converti ao islamismo quando estava no segundo ano de faculdade. Nos anos anteriores à minha conversão, cresci muito irado com a vida. Meu pai nos abandonou quando eu tinha cerca de 14 anos. Fiquei irado com ele. Pouco antes de meu terceiro ano de Ensino Médio, fui preso, e muitos de meu amigos se afastaram de mim. Fiquei irado com eles também. Entre meu último ano de Ensino Médio e o primeiro ano de faculdade, descobri radicais dos anos 1960, como Malcom X, Amiri, Barak e muitos outros. Eles me tornaram ainda mais irado. Quando li a história de africanos e afro-americanos, fiquei irado com as pessoas brancas em geral. Quando terminei meu ano de calouro na faculdade, eu era um militante jovem e furioso que ardia não apenas de ira, mas também de ódio.
Foi o islamismo que prometeu uma maneira de manusear e usar aquele ódio. Isso é o que foi prometido. Mas, em minha experiência, o que ele me deu foi bem diferente.
Minha ira e ódio para com os brancos achou um alvo representativo fácil e supremo em um Jesus de cabelos loiros e olhos azuis. Embora expressasse respeito pelo “Jesus real”, que era um profeta de Alá, eu era inimigo da cruz. E me deleitava em me opor a alunos cristãos no campus e em lançar qualquer argumento que eu pudesse contra o cristianismo. Eu negava a ressurreição e reprovava como tolos aqueles que criam na ressurreição. O cristianismo era um grande estratagema elaborado pelos seguidores enganados e enganadores do “Jesus real”. Eu era zeloso pelo islamismo, “a religião perfeita para o afro-americano”.
Era o Ramadã, um tempo de grade disciplina espiritual, oração e estudo. Eu me levantava antes do nascer do sol para ler o Alcorão. A manhã ainda vestia o torpor do sono. Acomodei-me em minha cadeira. E, enquanto eu lia o Alcorão, uma firme consciência se estabeleceu em mim: o islamismo não pode ser verdadeiro.
Como um seguidor do islamismo, eu havia devorado tanto do Alcorão quanto eu pudera. Passagens que me ajudariam a falar com cristãos sobre suas “opiniões erradas ou enganadas” eram de interesse especial. Isso significou que eu tive de considerar os ensinos do Alcorão sobre Jesus. Mas o que descobri não podia ser verdadeiro e, ao mesmo tempo, o próprio islamismo ser coerente.
O islamismo ensinava que Jesus nascera de uma virgem sem nenhum pai terreno (Sura 3:42-50). O Alcorão ensinava claramente que a Torá, os salmos de Davi e os evangelhos eram livros revelados por Alá (Sura 4:163-65; 5:46-48 e 6:91-92). E, em muitas passagens, o Alcorão – escrito aproximadamente 600 anos depois de Cristo e os apóstolos – expressava tal confiança nestas seções da Bíblia, que chamava as pessoas a julgarem a verdade usando a Bíblia (Sura 3:93-94; 5:47 e 10:94). E em nenhuma de suas passagens o Alcorão ensina que a Bíblia foi corrompida ou mudada, mas apenas que alguns encobriram seu significado, entenderam-na de modo errado ou esqueceram a sua mensagem. Portanto, para mim, qualquer muçulmano coerente e intelectualmente honesto tinha de fazer um esforço para entender os ensinos da Bíblia.
E, quando fui à Bíblia – supondo, primeiramente, que acharia coisas que confirmariam ou apontariam para o Alcorão e, depois, ficando desesperado para achar as supostas profecias que apontariam para Maomé – todas as minhas suposições foram frustradas e não tinham fundamento. A afirmação do islamismo de ser o final e o selo de todas as religiões e de seu profeta ser o final e o selo de todos os profetas simplesmente não parecia ser verdadeira.
Como poderia Jesus ser nascido de uma virgem, como o Alcorão ensinava, e não ser o Filho de Deus, como os evangelhos ensinam tão claramente? Como poderia o tema de expiação e sacrifício, tão evidente tanto na lei de Moisés quanto nos evangelhos, desaparecer no Alcorão? E o mais problemático de todos: como a minha impiedade e meu pecado poderiam ser expiados sem um sacrifício perfeito em meu favor?
Meu pecado era real, e o islamismo não oferecia nenhuma solução para ele.
O islamismo me constrangera a crer que todas as necessidades e questões eram respondidas por seu sistema de leis e rituais. Eu havia crido na explicação do islamismo quanto ao desenvolvimento da religião e da sociedade – “o judaísmo é o ensino fundamental, o cristianismo, o ensino médio, e o islamismo, a universidade”. Uma teologia e uma ideologia falsas haviam dominado minha vida.
Quando eu sai deste tempo de estudo e exploração, fiquei covencido de que o islamismo não era verdadeiro. Mais do que isso, eu estava quase certo de que todas as religiões eram falsas. Em vez de me voltar para Cristo, eu me voltei para a busca do mundo e decidi crer em mim mesmo e não em Deus.
Em meio a esta busca idólatra, o Senhor me interceptou e me humilhou quando minha esposa perdeu o nosso primeiro filho. Sentei-me em depressão branda para assistir à televisão. Por razões que eu não pude explicar na época, me sentei fascinado enquanto um pregador de televisão expunha 2 Timóteo 2.15. Não era uma mensagem especialmente evangelística, mas vida e poder encheram aquele sermão sobre estudar a Palavra de Deus e hábitos mentais cristãos.
Por fim, a minha esposa e eu visitamos a igreja onde aquele pastor servia. Estávamos a sete ou oito fileiras do púlpito. Num culto de igreja lotado com umas sete ou oito mil pessoas, parecia que as únicas pessoas presentes eram o pregador e eu mesmo.
O sermão, baseado em Êxodo 32, era intitulado “O que é necessário para que você fique irado?” Imagine isso. Havendo sido consumido de ira por mais de uma década, a primeira vez que vou a uma igreja desde que me tornara muçulmano, o pregador fala sobre ira. Mas não foi o que eu pensava. O sermão examinou cuidadosamente o pecado, a idolatria e as suas consequências. O pastor desafiou a congregação a desenvolver uma indignação santa e justa para como o pecado, a odiar o pecado e a voltar-se para Deus.
Fiquei impactado quando a santidade e a justiça de Deus foram explicadas a partir das Escrituras. Fiquei estranhamente consternado e alerta, realmente despertado, quando o pastor aplicou a doutrina do pecado aos seus ouvintes. Eu era condenado e culpado diante daquele Deus santo que julga toda impiedade.
Então, com linguagem linda e clara, o pregador exaltou a Jesus. Ele era o Cordeiro de Deus que devemos contemplar! Era o sacrifício predito no Antigo Testamento e imolado no Novo. Nele havia redenção. O impecável Filho de Deus viera realmente ao mundo para salvar todo que crê – até um ex-muçulmano que era um inimigo da cruz declarado e resoluto!
“Arrependa-se e creia para o perdão de seus pecados”, foi o convite. Em bondade profusa, Deus converteu a mim e a minha esposa do pecado para Jesus Cristo, em fé, naquele dia. Literalmente, da noite para o dia, Deus destruiu misericordiosamente a fortaleza de anos de ira e ódio. O evangelho triunfou onde nenhum outro poder havia triunfado ou poderia triunfar. O evangelho de Jesus Cristo me libertou das garras do pecado e das trevas do islamismo.
O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Vi esse poder na face daquela jovem iraniana naquele dia. Tenho visto esse poder manifestado na face de muitas pessoas de contextos muçulmanos na América e no Oriente Médio. Eu mesmo tenho experimentado e recebido esse poder por meio da fé em Cristo.
E creio que este mesmo evangelho em suas mãos produzirá a mesma conversão e vida nova em pessoas muçulmanas que o Senhor colocar em seu caminho. Esta é a razão por que este livro foi escrito: incentivar cristãos comuns no extraordinário poder do evangelho.

Fonte: http://voltemosaoevangelho.com/blog/

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