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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Somente a Graça de Deus.



Sola Gratia
Por: Guy Prentiss Waters

“Maravilhosa Graça! Quão doce o som que salvou um miserável como eu!”; “Maravilhosa graça do nosso amado Senhor, a graça que excede o nosso pecado e a nossa culpa”. “Maravilhosa graça de Jesus, maior do que todos os meus pecados, como a minha língua deveria descrevê-lo, por onde deveria começar o seu louvor?”.

Os cristãos adoram cantar sobre a graça salvadora de Deus – e com razão. João nos diz que de Jesus “todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça” (João 1:16). Muitas das cartas do Novo Testamento começam e terminam com os escritores expressando seu desejo de que a graça de Jesus estivesse com o seu povo. As últimas palavras da Bíblia são: “A graça do Senhor Jesus seja com todos. Amém” (Apocalipse 22:21).

Os reformadores entenderam a importância da graça de Deus para o ensino bíblico sobre a salvação. De fato, um dos lemas que vieram a definir o ensino da Reforma era sola gratia, que é o latim para “somente pela graça”. Os cristãos são salvos somente pela graça de Deus.

Entre os protestantes, existe uma conhecida incompreensão e uma distorção do ensino da Igreja Católica Romana sobre a graça. Às vezes é dito: “Roma ensina que somos salvos pelas obras, mas os protestantes ensinam que somos salvos pela graça”. Esta declaração, mesmo sendo comum, é uma calúnia contra a Igreja Católica Romana. Roma não ensina que alguém é salvo pelas obras à parte da graça de Deus. Ela, de fato, ensina que uma pessoa é salva pela graça de Deus.

A que, então, Roma objetou no ensino dos reformadores? Onde está a linha que diferencia Roma da Reforma? Encontra-se em uma única palavra – sola (“somente”). Os reformadores sustentavam que o pecador é salvo pela graça de Deus, o seu favor imerecido, somente. Essa doutrina significa que nada que o pecador fizer pode trazer-lhe o mérito para obter a graça de Deus, e que o pecador não coopera com Deus, a fim de merecer a sua salvação. A salvação, do começo ao fim, é o dom soberano de Deus para os indignos e não merecedores. Conforme Paulo escreveu aos cristãos de Corinto que estavam inclinados a vangloriar-se: “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (1 Coríntios. 4:7). Ninguém pode estar diante de Deus e dizer: “Olhe para mim e veja o que eu fiz!” Deus não é devedor de ninguém, nem mesmo em matéria de salvação (Romanos 11:35).

Uma passagem da Escritura na qual a doutrina da salvação somente pela graça brilha é Efésios 2:1-10. Paulo escreveu aos Efésios, depois de ter ministrado entre eles por cerca de três anos (Atos 20:31). Está claro a partir do livro de Atos dos Apóstolos que Paulo dedicou-se profundamente a pregar e ensinar a Palavra de Deus para eles (19:8-10, 20:20-21).

A carta aos Efésios nos dá um vislumbre do banquete de ensino que Paulo havia colocado diante daquela igreja. No primeiro capítulo, Paulo leva-nos para os “lugares celestiais” (1:3). Ele nos mostra o plano do Pai para salvar os pecadores através da obra de seu Filho, uma obra que é aplicada e garantida pelo Espírito. Este plano é um plano generoso – o Pai “nos abençoou em Cristo com todas as bênçãos espirituais” (v. 3). Acima de tudo, Paulo enfatiza como esse plano de redenção redunda em louvor da gloriosa graça de Deus (vv. 6, 12, 14).

Depois de uma pausa para agradecer a Deus e interceder pelos Efésios, Paulo aplica as realidades celestiais de 1:3-14 às nossas vidas cristãs individuais em 2:1-10. Ele destaca duas vezes o fato de que “pela graça sois salvos” (2:5, 8). Como é a graça de Deus evidente na salvação? Nós vemos a graça de Deus em evidência, Paulo diz, quando Deus faz com que o morto viva em Cristo. Para apreciar plenamente a graça de Deus, vamos considerar a partir de Efésios 2:1-10 o que significa estar “morto” e o que significa estar “vivo”.

Quem são os “mortos”? Os Efésios estão incluídos. (“Vocês estavam mortos em... delitos e pecados...”, v.1). Inclui Paulo e seus companheiros judeus. (“Nós todos vivíamos nas paixões da nossa carne”, v. 3). De fato, inclui todo homem, mulher e criança em Adão. (“[Nós] éramos por natureza filhos da ira, como o resto da humanidade”, v.3). A palavra “mortos” inclui pessoas como você e eu.

O que significa estar "morto"? Paulo aponta para três coisas nesta passagem. Primeiramente, isso significa estar sob condenação. Antes de Cristo, estávamos “mortos nos delitos e pecados nos quais [nós] uma vez andávamos”. Deus disse a Adão em Gênesis 2, que a morte é a penalidade para o pecado. Quando violamos a lei de Deus, nós somos culpados perante este Deus santo, e responderemos perante a sua justiça. Em segundo lugar, estar morto significa que estávamos debaixo do jugo. Servíamos a três mestres: o mundo (“seguir o curso deste mundo”, 2:2), a carne (“todos nós vivíamos segundo as paixões da nossa carne, realizando os desejos do corpo e da mente”, 2:3), e o Diabo (“seguindo o príncipe do poder do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência”, 2:2). Em terceiro lugar, estar morto significa que estávamos sob a ira. Nós “éramos por natureza filhos da ira, como o resto da humanidade” (2:3). Estávamos justamente sujeitos ao descontentamento santo de Deus por causa do nosso pecado. Éramos assim “por natureza” - em outras palavras, nascemos nessa condição.

Muitos não aceitam esse ensinamento. Fora da igreja, muitos assumem que as pessoas são basicamente boas. Elas tendem a acreditar, pelo menos implicitamente, que se dermos às pessoas uma educação adequada, os exemplos ou leis, então eles vão seguir o caminho certo. Leis justas, exemplos nobres e educação adequada são inestimáveis, mas são impotentes para mudar um coração comprometido com sua rebelião contra Deus. Dentro da igreja, muitos já disseram e ainda dizem que as pessoas estão doentes, e até mesmo desesperadamente doentes. No entanto, ainda diz-se a esses doentes que eles têm os recursos necessários para responder e cooperar com a graça de Deus. Mas Paulo não diz que estamos doentes. Ele diz que, longe de Cristo, nós estamos mortos. Espiritualmente falando, somos cadáveres no chão, sem Jesus. Não podemos nos aproximar de Deus, assim como um cadáver não pode reunir forças para sair de seu túmulo. Assim é o quão ruim estamos quando estamos longe de Cristo.

Felizmente, Paulo não termina por aí. Começando no versículo 4, Paulo se volta de nós para Deus, do mal que fizemos para o bem que Deus está fazendo em Cristo. Ele destaca três coisas sobre a graça de Deus no resto desta passagem:

Primeiro, ele nos aponta para a obra de Deus nos versículos 5-6: “Deus nos deu vida juntamente com Cristo – pela graça sois salvos – e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar com ele nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. Deus ressuscitou Cristo dentre os mortos e o fez assentar-se à sua direita (1:18-20), e ele nos fez algo incrível em nossa união com Cristo. Deus, Paulo disse, fez os mortos viverem. Isso é o que evoca a exclamação de Paulo: “Pela graça sois salvos” (2:5).

Em segundo lugar, Paulo nos aponta para a motivação de Deus. Por que Deus fez o morto reviver? Não foi por causa de nossas obras, Paulo diz no versículo 9, nem as obras que fizemos antes de nos tornarmos cristãos, nem as obras que temos feito depois que nos tornamos cristãos. Caso contrário, poderíamos ter motivo para “nos gloriar” (v. 9). Em vez disso, Paulo diz, Deus nos deu vida por causa de sua “misericórdia”, de seu “grande amor com que nos amou” (v. 4). Paulo sai do seu caminho para incutir em nós que o próprio amor e a misericórdia de Deus são a fonte da nossa salvação.

Em terceiro lugar, Paulo nos aponta para o propósito de Deus. Com que propósito Deus fez o morto reviver? Paulo diz no versículo 7, foi para que possamos colocar em exposição, tanto agora como na eternidade, as “riquezas imensuráveis ??da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus”. Como podemos fazer isso? Através da exposição em nossas vidas da obra prima de nosso Criador e Redentor - fomos “criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (v. 10).

Nós somos salvos, então, sola gratia – somente pela graça de Deus. Longe de levar-nos a abraçar uma vida de libertinagem e imprudência moral, a graça de Deus no evangelho nos leva a buscarmos uma vida de consagração e santidade. Por que isso acontece? O grande compositor de hinos, Isaac Watts, capturou bem o ponto de Paulo quando escreveu em seu hino “Quando eu vejo a maravilhosa cruz”: “Se toda a criação me pertencesse, ainda assim seria um presente muito pequeno, se comparado ao amor tão incrível, tão divino, que exigiria a minha alma, a minha vida, o meu tudo”. Pense nisso da próxima vez que cantar sobre a graça de Deus.




Fonte: Editora Fiel

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O Que é Mesmo Chamada Eficaz?

O Que é Mesmo Chamada Eficaz?

por
E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou... Rm 8.30

Um ex-seminarista brincalhão disse que “Deus a uns chama, a outros Ele dá psiu”. Querendo dizer com isso que, aqueles a quem Deus predestinou para a vida eterna, a estes, Deus chama de forma eficaz (por Sua Palavra e por Seu Espírito), aos outros, que não são eleitos, ainda que sejam chamados pela pregação da Palavra, jamais virão a Cristo. Essa teologia despretensiosa e bem humorada do ex-seminarista traz em síntese a Doutrina da Vocação Eficaz.
Mas, o que é mesmo Chamada Eficaz? Gravem bem: há uma chamada “externa” que vem da pregação e exposição da Palavra de Deus, dada a todas as pessoas que entram em contato com o Evangelho. E também há um chamado “interior” (ou vocação interna e eficaz) dada pelo Espírito de Deus, o qual opera o novo nascimento. A regeneração é uma experiência que pertence somente aos eleitos. É exatamente esta chamada “interna” que chamamos de Chamada Eficaz.
A Chamada Eficaz atinge somente os eleitos! É um ato especial do Espírito Santo. O papel do Santo Espírito de Deus é melhor explicado nessas palavras: “aprouve Ele [Deus], no tempo por Ele determinado e aceito, chamar eficazmente, por Sua Palavra e por Seu Espírito, daquele estado de pecado e de morte, em que estão por natureza, à graça e salvação por meio de Jesus Cristo; iluminando suas mentes espiritual e salvificamente para entenderem as coisas de Deus; removendo seus corações de pedra e dando-lhes um coração de carne; renovando sua vontade e, por Seu infinito poder, determinando-lhes o que é bom, e eficazmente atraindo-os a Jesus Cristo; mas de tal forma que eles vêm livremente, sendo para isso dispostos por Sua graça.” (CFW, X, § I).[negrito e sublinhado meus]. Leia atentamente: 2Ts 2.13,14.
Quem não for eleito, ainda que seja chamado pela Palavra de Deus, jamais virá a Cristo Jesus! Simplesmente ele não se achegará a Cristo. Só o chamado externo é insuficiente para habilitar um pecador a vir a Jesus Cristo. Os não-eleitos jamais aceitarão ao Senhor Jesus Cristo!
Essas são as duas formas de se entender o que é Chamada Eficaz. É um chamamento tanto “interior” quanto “exterior”.

Spurgeon, pregador batista reformado, tinha uma declaração predileta com a qual costumava finalizar suas pregações: 
“Já ouvimos o pregador/Que esclareceu a verdade contundente/Mas precisamos de um Mestre maior/Do trono eterno provindo/A aplicação é obra de Deus somente.

Uma explicação simples de monergismo.

Uma Explicação Simples de Monergismo
por
John Hendryx


Monergismo simplesmente significa que é Deus quem faz com que os ouvidos ouçam e os olhos vejam. É Deus somente quem dá iluminação e entendimento de Sua palavra para que possamos crer; é Deus quem nos ressuscita dos mortos, que circuncida o coração; abre os ouvidos; é Deus somente quem pode nos dar um novo senso para que possamos, por fim, ter a capacidade moral de contemplar Sua beleza e excelência inigualável. O apóstolo João registrou Jesus dizendo a Nicodemus que nós naturalmente amamos as trevas, odiamos a luz e NÃO VAMOS para a luz (João 3:19,20). E visto que nossa dura resistência a Deus está assim fixada em nossas afeições, somente Deus, por Sua graça, pode amavelmente mudar, sobrepujar e desarmar nossa disposição rebelde. O homem natural, aparte da obra despertadora do Espírito Santo, não virá a Cristo por si mesmo, visto que ele está em inimizade com Deus e não pode entender as coisas espirituais. Lançar luz nos olhos cegos de um homem não o capacitará a ver, visto que, como todos sabemos, a vista requer novos olhos ou alguma restauração de sua faculdade visual. Da mesma forma, ler ou ouvir a palavra de Deus por si mesmo não pode produzir fé salvadora no leitor (ou ouvinte), a menos que o Espírito primeiro “germine” a semente da palavra no coração, por assim dizer, que então infalivelmente originará a nossa fé e união com Deus. Como Lídia, a quem “o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia ” (Atos 16:14), Ele deve também dar ao Seu povo vida e entendimento espiritual se seus corações hão de ser abertos e assim se voltar (atender, responder) a Cristo em fé.

Definição
A definição do dicionário Century de monergismo pode ser útil:

“Na teologia, [monergismo é] a doutrina de que o Espírito Santo é o único agente eficaz na regeneração [o novo nascimento] — que a vontade humana não possui inclinação para a santidade até ser regenerada [nascida de novo] e, portanto, não pode cooperar na regeneração”.

Etimologia
A palavra “monergismo” consiste de duas partes principais. O prefixo grego “mono” significa “um”, “único”, ou “sozinho”, enquanto o sufixo “ergon” significa “trabalhar”. Tomando juntos significa “o trabalho de um [indivíduo]”.

Então, para simplificar, monergismo é a doutrina de que o nosso novo nascimento (ou “despertamento”) é obra de Deus, o Espírito Santo somente, com nenhuma contribuição do homem, visto que o homem natural, de si mesmo, não tem nenhum desejo por Deus e não pode entender as coisas espirituais (1 Coríntios 2:14, Romanos 3:11,12; Romanos 8:7; João 3:19, 20). O homem permanece resistente a todos os chamados externos do evangelho até que o Espírito venha para nos desarmar, nos chamar internamente e implantar em nós novas e santas afeições por Deus. Nossa fé vem somente como o resultado imediato do Espírito operando em nós ao ouvir a proclamação da palavra. Mas assim como Deus não nos força a ver contra a nossa vontade quando Ele nós dá olhos físicos, assim também Deus não nos força a crer contra a nossa vontade quando nos dá olhos espirituais. Deus nos dá o dom da visão e nós desejosamente o exercitamos.

Aplicação

Monergismo tira toda a esperança de nós mesmos, revela nossa falência espiritual, aparte de Cristo, e assim nos leva a dar toda a glória a Deus pela nossa salvação. Enquanto pensarmos que contribuímos com algo, mesmo com algo muito pequeno (como boas intenções), então ainda pensaremos que Deus nos salva por algo bom que Ele vê em nós e não em nosso próximo. Mas este não é claramente o caso. Nós somos todos pecadores e não podemos nos vangloriar em nada diante de Deus, incluindo o desejo de ter fé em Cristo (Filipenses 1:29, Efésios 2:8, 2 Timóteo 2:25). Pois, por que nós temos fé e o nosso próximo não? Considere isto. Nós fizemos um uso melhor da graça de Deus do que ele o fez? Nós somos mais espertos? Mais sensíveis? Alguém ama naturalmente a Deus?

A resta é “não” a todas as perguntas acima. É a graça de Deus que nos faz diferir do nosso próximo e é a graça de Deus que origina a nossa fé, não porque sejamos melhores ou tenhamos mais discernimento.

O fato é que quando o Espírito nos capacita para ver que falhamos em cumprir a santa lei de Deus, o homem se desesperará totalmente de si mesmo Então, como C.H. Spurgeon disse:

“... o Espírito Santo vem e mostra ao pecador a cruz de Cristo, lhe dá olhos ungidos com colírio celestial, e diz, “Olhe para aquela cruz. Aquele Homem morreu para salvar pecadores; você sente que é um pecador; Ele morreu para te salvar”. E então o Espírito Santo capacita o coração para crer, e para vir a Cristo”.

Para concluir, “...ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor! senão pelo Espírito Santo” (1 Coríntios 12:3). ...que é o depósito que garante o que há de vir (2 Coríntios 5:5). Assim, deveria ser claro para nós que nem todos recebem esta benção redentora de Cristo. Deus a concede misericordiosamente a quem Ele quer, segundo o Seu soberano e bom propósito (Romanos 9:15-18; Efésios 1:4, 5). O resto continuará em sua rebelião deliberada, fazendo escolhas segundo os seus desejos naturais e assim recebendo a ira da justiça de Deus. Este é o porquê dela ser chamada “misericórdia” — não leva em conta o que merecemos. Se Deus fosse obrigado a dá-la a todos os homens, então ela não mais seria misericórdia por definição. Isto não deveria nos surpreender...o que deveria nos surpreender é o amor maravilhoso de Deus, ou seja, que Ele salve um pecador como eu.

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 14 de Maio de 2004.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

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Batismo com fogo?


QUER RECEBER O TAL BATISMO COM FOGO? 
ENTÃO, LEIA ATENTAMENTE ...

E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e LANÇADA NO FOGO.
E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, E COM FOGO.
Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha COM FOGO QUE NUNCA SE APAGARÁ.
Mateus 3:10-12

#AngeloDosSantos

sábado, 17 de janeiro de 2015

Igreja – Muitos membros num só corpo Por: C.S. Lewis























Nenhum cristão e, mesmo, nenhum historiador podem aceitar o epigrama que define a religião como “aquilo que o homem faz com sua solidão”. Creio ter sido um dos irmãos Wesleys que disse não haver no Novo Testamento o menor indício de religião solitária. Somos proibidos de negligenciar nossas reuniões. O cristianismo já é institucional desde o mais antigo dos seus documentos. A igreja é a noiva de Cristo. Somos membros uns dos outros.

Em nossos dias, a noção de que a religião é assunto de caráter privado — ocupação particular dos momentos de lazer — é simultaneamente paradoxal, perigosa e natural. É paradoxal porque a exaltação do indivíduo no campo religioso surge numa era em que, em todos os outros campos, o coletivismo derrota impiedosamente o individualismo. Observo isso até numa universidade. Quando fui a Oxford pela primeira vez, a sociedade de estudantes era tipicamente formada por um grupo reduzido de homens que se conheciam intimamente e ouviam, reunidos numa pequena sala, a dissertação de um dos companheiros, debatendo seus problemas até uma ou duas da transformado numa platéia heterogênea de uma ou duas centenas de estudantes reunidos num amplo auditório, para ouvir uma palestra de algum visitante ilustre. Mesmo nos raros momentos em que o estudante moderno não participa das atividades gerais de seu grupo, poucas vezes o vemos num daqueles passeios solitários, ou em companhia de um único colega, os quais formaram a mente das gerações anteriores. Ele vive na multidão. Os comitês substituíram a amizade. E essa tendência não só existe dentro e fora da universidade, mas é, muitas vezes, aprovada. Há enxames de mestres-de-cerimônia, auto designados e intrometidos, que devotam a vida à destruição da solidão onde esta ainda exista. E a chamam “tirar os jovens da casca”, “despertá-los” ou “vencer a apatia deles”. Um Agostinho, um Vaughan, um Traherne ou um Wordsworth que viesse hoje ao mundo logo seria curado pelos dirigentes de alguma organização de jovens. E se existisse um bom lar, tal como o de Alcino e Arete na Odisséia, ou o dos Rostovs em Guerra e Paz, ou o de qualquer das famílias de Charlotte M. Yonge, ele seria acusado de burguês e contra ele se levantariam todos os engenhos destruidores. Mas, mesmo quando os planos falham e alguém é deixado numa solidão física, o rádio encarrega-se de tornar verdadeiras — ainda que num sentido diferente — as velhas palavras de Cipião: “nunca tão pouco só do que quando só”. Vivemos, de fato, num mundo sedento de solidão, silêncio, privacidade e, portanto, sedento de meditação e amizade verdadeira.

O fato de a religião ser relegada à solidão é, pois, na nossa época, um paradoxo. Mas é também perigoso por duas razões. Em primeiro lugar, quando o mundo moderno nos grita: “você pode ser religioso quando estiver só”, acrescenta num murmúrio: “mas eu me encarregarei de impedir que você fique só”. Fazer do cristianismo um assunto de caráter privado, ao mesmo tempo que se acaba com toda a intimidade, é o mesmo que relegá-lo ao fim do arco-íris ou do dia de São Nunca. Esse é um dos estratagemas do inimigo. Em segundo lugar, existe o perigo de que os verdadeiros cristãos, que sabem que o cristianismo não é um assunto meramente particular, reajam contra o erro, transpondo para a nossa vida espiritual o mesmo coletivismo que já conquistou nossa vida secular. Essa é a outra cilada do inimigo. Qual bom jogador de xadrez, está sempre procurando colocar-nos numa posição tal que só salvemos a torre com a perda do bispo. Para que não caiamos na armadilha, precisamos insistir que, embora a concepção de um cristianismo individual seja errada, trata-se de um erro profundamente natural e, de forma canhestra, tenta salvaguardar uma grande verdade. Por trás disso está a noção de que o coletivismo moderno é um insulto à natureza humana e de que Deus será nosso escudo e proteção contra esse mal, assim como dos outros males.

É um sentimento justo. Assim como a vida pessoal e privada situa-se num plano inferior ao da participação no corpo de Cristo, a vida coletiva também se situa num plano inferior ao da vida pessoal e privada e não possui valor, a não ser pelo serviço que presta. A comunidade secular, uma vez que existe para o nosso bem natural e não sobrenatural, não tem finalidades maiores do que auxiliar e proteger a família, a amizade e a solidão. Estar feliz em casa, disse Johnson, é o objetivo de todo o esforço humano. Se considerarmos apenas os valores naturais, podemos dizer que nada há melhor debaixo do sol do que uma família que ri à volta da mesa, dois amigos que conversam bebendo café ou um homem só, lendo um livro que lhe interesse; e que toda a economia, a política, o direito, o exército e as instituições, salvo à medida que contribuem para prolongar e multiplicar tais cenas, são como um arado na areia ou uma sementeira no oceano, uma vaidade sem sentido e uma afronta para o espírito. As atividades coletivas são, evidentemente, necessárias; mas é aquele o seu objetivo. Aqueles que possuem essa felicidade particular talvez sejam obrigados a sacrificar grande parte dela, para que possa ser distribuída mais amplamente. É possível que todos tenham de comer menos para que ninguém morra de fome. Mas não confundamos males necessários com bem. É fácil cometer esse erro. Para ser transportada, a fruta deve ser enlatada, perdendo, por conseqüência, parte das suas propriedades. Mas há gente que acaba por preferir a fruta enlatada à fruta fresca. Uma sociedade doente precisa pensar muito em política, como um enfermo é obrigado a preocupar-se com a digestão; desprezar o assunto pode ser uma covardia fatal para ambos. Mas se ambos passarem a considerar que esses são o alimento natural da mente — se esquecerem que essas preocupações só se justificam porque lhes permitem pensar em outras coisas — então o tratamento a que se submetem por amor à saúde transforma-se em nova enfermidade mortal.

Existe, com efeito, em todas as atividades humanas, uma tendência fatal de os meios usurparem os próprios fins que eles se destinam a servir. Assim o dinheiro acaba atrapalhando a troca de mercadorias, as regras de arte asfixiam os gênios e os exames impedem os jovens de tornar-se doutos. Não se conclui, infelizmente, que os meios usurpadores sejam sempre dispensáveis. É provável que o coletivismo de nossa vida seja necessário e venha a aumentar; e creio que a única salvaguarda contra suas propriedades mortais está na vida cristã; porque temos a promessa de que podemos lidar com serpentes e beber veneno, e resistir. É essa a verdade que está por trás da definição errônea de religião com que começamos. Errônea porque opõe a mera solidão ao coletivismo. O cristão é chamado não ao individualismo, mas à participação no corpo de Cristo. A distinção entre a coletividade secular e o corpo de Cristo é, portanto, o primeiro passo para compreender como o cristianismo, sem ser individualista, pode neutralizar o coletivismo.

Logo no início, somos bloqueados por uma dificuldade de caráter linguístico. A própria palavra membership de origem cristã, foi adotada pelo mundo e esvaziada de seu sentido. Em qualquer tratado de lógica aparece a expressão “membros de uma classe”. Deve-se afirmar enfaticamente que os elementos que se incluem numa classe homogênea são quase a antítese daquilo a que Paulo chamou membros. Com membros — mele (mele) — queria dizer o que chamaríamos de órgãos, coisas essencialmente diferentes e complementares entre si: elementos que não diferem apenas na estrutura e na função, mas também na dignidade. Assim, num clube, tanto o comitê no todo, como os funcionários no todo podem ser devidamente considerados “membros”: aquilo que chamaríamos de membros do clube são meras unidades. Uma fileira de soldados identicamente treinados e uniformizados ou um grupo de cidadãos que se inscreveram para votar numa zona eleitoral não são membros no sentido paulino do termo. Temo que, quando afirmamos ser alguém “membro da igreja”, geralmente o significado não seja nem um pouco paulino: significa que é apenas um elemento — mais um espécime da classe a que pertencem X, Y e Z. A estrutura familiar fornece-nos um exemplo da diferença que existe entre a verdadeira participação num corpo e a mera inclusão numa coletividade. O avô, os pais, o filho adulto, a criança, o cão e o gato são verdadeiros membros da família (no sentido orgânico) precisamente porque não são membros ou elementos de uma classe homogênea. Não são intercambiáveis. Cada pessoa é quase um espécime único. A mãe não é apenas uma pessoa diferente da filha, é outra espécie de pessoa. O irmão adulto não é mera unidade entre os filhos, é um estado separado do reino. O pai e o avô são quase tão diferentes entre si como o cão e o gato. Quem exclui um membro da família não está simplesmente reduzindo o tamanho dela: está ferindo sua própria estrutura. Sua unidade é uma unidade de dessemelhantes, quase de incomensuráveis.

É a longínqua percepção da riqueza inerente a essa espécie de unidade que nos faz apreciar livros como The Wind In the Willows; um trio como o Rato, a Toupeira e o Texugo simboliza pessoas profundamente diferentes naquela união harmoniosa, que intuímos ser o nosso verdadeiro refúgio, tanto da solidão como da coletividade. A afeição entre pessoas que dificilmente poderiam formar pares perfeitos, tais como Dick Swiveller e a marquesa ou o Sr. Pickwick e Sam Weller, impressiona-nos da mesma maneira. É por isso que a ideia atual de que os filhos devem tratar os pais pelo nome é tão perversa. Pois é uma tentativa de desconsiderar a diferença de espécies que forma a verdadeira unidade orgânica. Estão tentando incutir na criança o ponto de vista absurdo de que a sua mãe é uma simples cidadã como outra qualquer; e isso para torná-la ignorante do que todos sabem e insensível ao que todos sentem. Estão tentando arrastar as repetições descaracterizantes da coletividade para dentro do mundo familiar, mais rico e mais concreto.

O preso ostenta um número no lugar do nome. É o coletivismo levado ao extremo. Mas o homem que vive em sua casa também pode perder o nome, sendo chamado simplesmente de “pai”. É a participação num corpo. Os dois casos de perda do nome fazem-nos lembrar que há dois caminhos opostos para sair do isolamento.

A sociedade à qual o cristão é chamado no batismo não é uma coletividade, mas um corpo. É o corpo do qual a família é a imagem no nível natural. Alguém que se integrasse nesse corpo com a ideia falsa de que seria membro da igreja no sentido moderno, esvaziado — um aglomerado de pessoas, como se fossem moedas ou fichas — seria corrigido já na entrada, ao descobrir que o Cabeça desse corpo é tão diferente dos membros inferiores, que estes nada têm em comum com aquele, salvo por analogia. Somos chamados, logo de princípio, a associar-nos como criaturas ao Criador; como mortais ao Imortal; como pecadores redimidos ao Redentor sem pecado. Sua presença, a interação entre ele e nós, sempre deve constituir o maior fator dominante da nossa vida dentro do corpo; excluindo qualquer concepção de comunhão cristã que não signifique, em primeiro lugar, comunhão com ele. Depois disso parece quase desnecessário enunciar a diversidade de operações que se verificam na unidade do Espírito. Mas ela é patente: há pastores separados dos leigos, catecúmenos separados de membros plenos. Existe a autoridade do marido sobre a mulher, dos pais sobre os filhos. Sob as formas muito sutis para receber caráter oficial, verifica-se um intercâmbio contínuo de ministérios complementares. Todos vivemos ensinando e aprendendo, perdoando e sendo perdoados, representando Cristo para o homem quando por ele intercedemos e representando o homem para Cristo quando outros intercedem por nós. O sacrifício de nossa intimidade egoísta, exigido diariamente de nós, é compensado diariamente, cem vezes, no crescimento pessoal que a vida do corpo estimula. Os que são membros uns dos outros tornam-se tão diferentes quanto a mão o é do ouvido. É por isso que os filhos do mundo têm uma semelhança tão monótona, se comparados com a quase fantástica variedade dos santos. A obediência é o caminho da liberdade, a humildade, o caminho do prazer e a unidade, o caminho que conduz à personalidade.

E agora preciso dizer o que lhe pode parecer um paradoxo. Ouvimos dizer muitas vezes que, embora ocupemos posições diferentes neste mundo, todos somos iguais aos olhos de Deus. De certo modo é assim. Deus não faz acepção de pessoas: o amor que ele nos tem não se mede pela nossa posição social ou pela nossa capacidade intelectual. Mas creio haver um sentido em que essa máxima é oposta à verdade. Aventuro-me a dizer que uma igualdade artificial é necessária na vida de um Estado, mas que na igreja tiramos essa máscara, recuperamos nossas verdadeiras desigualdades e somos, dessa forma, renovados e revitalizados.

Creio na igualdade política. Mas é possível ser democrata por dois motivos opostos. Você pode pensar que todos os homens são tão bons que merecem participar do governo, e tão sábios, que a comunidade necessita de seus conselhos. Em minha opinião, essa é a falsa e romântica doutrina da democracia. Por outro lado, você pode acreditar que os homens caídos são tão perversos, que nenhum deles pode receber poder desmedido sobre seus companheiros.

Parece-me ser essa a verdadeira base da democracia. Não acredito que Deus tenha criado um mundo igualitário. Creio que a autoridade do pai sobre o filho, do marido sobre a mulher, do culto sobre o inculto integram-se no plano original de Deus da mesma maneira que a autoridade do homem sobre o mundo animal. Creio que, se não tivéssemos caído, Filmer teria razão, e a monarquia patriarcal seria a única forma legítima de governo. Mas, uma vez que tomamos conhecimento do pecado, descobrimos, como diz Lorde Acton, que “todo poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente”. O único remédio é substituir os poderes por uma ficção legal de igualdade. É correto que a autoridade do pai e do marido tenha sido abolida no plano legal, não porque essa autoridade seja em si má (sustento, pelo contrário, que é de origem divina), mas porque os pais e os maridos são maus. É correto que a teocracia tenha sido abolida, não porque seja mau que sacerdotes cultos governem leigos ignorantes, mas porque os sacerdotes são maus como todos nós. A própria autoridade do homem sobre o animal tem de ser refreada dados os constantes abusos.

Para mim, a igualdade equivale às roupas. É o resultado da queda e o seu remédio. Qualquer tentativa de reverter o caminho que nos conduziu ao igualitarismo e reinstalar as velhas autoridades no plano político é, para mim, tão absurda quanto tirar a roupa. O nazista e o nudista cometem o mesmo erro. Mas é o corpo nu, ainda ali, sob a roupa que vestimos, que vive de fato. É o mundo hierárquico, ainda vivo e (muito justamente) escondido sob a fachada de cidadania igualitária, que realmente nos interessa.

Não me entenda mal. Não tenho a mínima intenção de diminuir o valor dessa ficção igualitária, que é nossa única defesa contra a crueldade uns dos outros. Condenaria fortemente qualquer medida para abolir o sufrágio universal ou o direito das mulheres. Mas a função da igualdade é puramente protetora. É remédio, não alimento. Tratando as pessoas (num judicioso desafio aos fatos observados) como se fossem todas iguais, evitamos inúmeros males. Mas não é disso que devemos viver. É inútil dizer que os homens possuem um mesmo valor. Se atribuímos à palavra valor o sentido que o mundo lhe dá — se entendemos que os homens são igualmente úteis, belos, bons ou divertidos — a declaração é absurda. Se significa que todos possuem o mesmo valor como almas imortais, oculta-se um erro perigoso. O valor infinito de cada alma humana não é doutrina cristã. Deus não morreu pelos homens por algum valor que neles houvesse. O valor de cada alma humana, considerada de per si, independentemente de Deus, é zero. Como escreve Paulo, morrer por homens bons seria um ato puramente heroico, não divino; mas Deus morreu por homens pecadores. Ele amou-nos, não porque éramos dignos do seu amor, mas porque ele é amor. Pode ser que ele ame a todos igualmente — com certeza, ele amou a todos até a morte — e eu não sei direito o significado da expressão. Se existe igualdade, está no seu amor, não em nós.

Igualdade é um termo quantitativo e, por conseguinte, muitas vezes não tem relação alguma com o amor. A autoridade exercida com humildade e a obediência aceita com alegria são as diretrizes pelas quais vive o nosso espírito. Mesmo no campo dos sentimentos (quanto mais no corpo de Cristo) ficamos longe do mundo que diz: “sou tão bom quanto você”. É como sair da marcha e entrar na dança. É como tirar a roupa. Tornamo-nos, como dizia Chesterton, maiores quando nos curvamos e menores quando ensinamos. Deleitam-me aqueles momentos nos cultos de minha igreja, em que o ministro levanta-se e eu ajoelho. À medida que a democracia se fortifica no mundo exterior e sucessivamente se eliminam as oportunidades de mostrar reverência, tornam-se mais e mais necessários o refrigério, a purificação e o revigorante regresso à desigualdade, oferecidos pela igreja.

Assim, a vida cristã defende a pessoa em detrimento da coletividade; sem colocá-la em isolamento, mas dando-lhe a posição de um órgão do corpo de Cristo. Como se diz em Apocalipse, o cristão é feito “coluna no santuário de Deus”; e acrescenta-se: que daí jamais sairá”. Essas palavras apresentam um outro aspecto da questão. A posição estrutural que o mais humilde dos cristãos ocupa na igreja é eterna e mesmo cósmica. A igreja sobreviverá ao universo; nela, o indivíduo sobreviverá ao universo. Tudo que se liga ao Cabeça imortal participará de sua imortalidade. Pouco se fala disso nos púlpitos cristãos dos nossos dias. O resultado do nosso silêncio pode ser avaliado pelo fato de um dos meus ouvintes, numa preleção às forças armadas, ter considerado essa doutrina “teosófica”. Se não cremos nela, vamos ser honestos e relegar a fé cristã aos museus. Mas se cremos, vamos deixar de fingir que ela não faz diferença. Porque essa é a verdadeira resposta a toda exigência excessiva da coletividade. Ela é mortal; nós viveremos para sempre. Tempo virá em que todas as culturas, todas as instituições, todas as nações, a espécie humana e toda a vida biológica se extinguirão, mas cada um de nós permanecerá vivo. A imortalidade é prometida a nós, não a essas generalidades. Não foi pelas sociedades ou pelos estados que Cristo morreu, mas pelos homens. Nesse sentido, pode parecer aos coletivistas seculares que o cristianismo envolve uma afirmação quase desvairada da individualidade. Mas não será o indivíduo como tal que participará da vitória de Cristo sobre a morte. Participaremos dessa vitória estando no Vencedor. A renúncia ou, na linguagem forte das Escrituras, a crucificação do eu é o passaporte para a vida eterna. Nada que não morreu ressuscitará. É assim que o cristianismo resolve a antítese entre individualismo e coletivismo. Aí está, para o observador não-cristão, a ambiguidade enlouquecedora da nossa fé. Ela opõe-se implacavelmente ao nosso individualismo natural; por outro lado, restitui aos que abandonam o individualismo a posse eterna de sua personalidade e até de seus corpos. Como meras entidades biológicas, cada uma com a sua própria vontade de viver e de se expandir, somos, sabidamente, insignificantes; somos nulidades. Mas como órgãos do corpo de Cristo, como pedras e colunas do templo, temos a certeza de uma identidade eterna e viveremos para lembrar-nos das A questão pode ser apresentada de outro modo. A personalidade é eterna e inviolável. Mas a personalidade não é o dado de onde partimos. O individualismo com que todos começamos é apenas uma caricatura ou uma sombra dela. A verdadeira personalidade situa-se no futuro — quão distante, para muitos de nós, nem ouso dizer. E a chave dela não está em nós. Não será atingida por um desenvolvimento de dentro para fora. Virá ter conosco quando ocuparmos aquele lugar da estrutura do cosmo para o qual fomos destinados ou criados. Como a cor, que só se revela em toda sua beleza quando colocada pela excelência do artista no lugar preestabelecido, entre todas as outras; como a especiaria que só revela seu verdadeiro sabor quando adicionada, onde e quando deseja o bom cozinheiro, aos outros ingredientes; como o cão que só manifesta realmente suas qualidades quando toma seu lugar na família do homem, nós também só ganharemos a nossa verdadeira personalidade quando consentirmos em que Deus nos coloque no lugar que nos compete. Somos mármore esperando ser esculpido, metal esperando ser vertido no molde. É certo que mesmo no ser irregenerado existem já leves indícios da forma que cada um há de tomar, da coluna que cada um há de ser. Mas parece-me grande exagero retratar a salvação de uma alma como se fosse, de modo geral, totalmente igual ao desenvolvimento de uma semente até se transformar em flor. As próprias palavras arrependimento, regeneração, novo homem sugerem algo muito diferente. É possível que certas tendências do homem natural tenham de ser simplesmente rejeitadas. Nosso Senhor fala de olhos arrancados e mãos cortadas — método de adaptação francamente procustiano.

Recuamos diante disso porque, em nossos dias, começamos a pôr toda essa figura de cabeça para baixo. Partindo do princípio de que cada individualidade é de “infinito valor”, confundimos Deus com uma espécie de agência de emprego cuja função seria encontrar a carreira adequada para cada alma, a luva certa para cada mão. Mas o valor do indivíduo não está nele. Ele pode receber valor. Ele o recebe pela união com Cristo. Não se trata de encontrar, no templo vivo, um lugar que ponha em relevo o seu valor inerente e lhe dê espaço para as idiossincrasias naturais. O lugar já existia. O homem foi criado para ele. O homem não será ele mesmo enquanto não o preencher. Só no céu seremos pessoas autênticas, eternas e realmente divinas exatamente como, mesmo hoje, nosso corpo só é colorido quando há luz.

Dizer isso é repetir o que todos aqui já admitem — que somos salvos pela graça, que em nós não habita bem algum, que somos, de ponta a ponta, criaturas e não criadores, seres derivados que não vivem por si próprios, mas por meio de Cristo. Se parece que compliquei uma questão simples, espero ser perdoado. Eu estava preocupado em apresentar dois pontos. Queria tentar denunciar esse culto anticristão do indivíduo, tão predominante no pensamento moderno, juntamente com o coletivismo; porque um erro gera o erro oposto e, longe de se neutralizarem, agravam-se mutuamente. Refiro-me à execrável ideia (comum na crítica literária) de que em cada um de nós existe, oculto, um tesouro chamado personalidade e que expandi-lo, expressá-lo, preservá-lo de influências, ser enfim “original” é o grande objetivo da vida. É um conceito pelagiano, ou pior, autodestrutivo. O homem que valoriza a originalidade jamais será original. Mas tente dizer a verdade tal como você a vê, tente trabalhar com perfeição por amor ao trabalho, e aquilo que os homens chamam de originalidade surgirá espontaneamente. Mesmo nesse nível, a submissão do indivíduo à função é já o início de um processo que revelará a verdadeira personalidade. Em segundo lugar, queria mostrar que, afinal, nem os indivíduos, nem as comunidades interessam ao cristianismo. Nem um indivíduo, nem a comunidade, tal como vulgarmente se entendem, poderão herdar a vida eterna: nem o homem natural, nem as sociedades, mas a nova criatura.

Fonte: Peso de Glória – C.S. Lewis – Editora Vida Nova.

A Segunda Vinda Jesus Cristo retornará a terra em Glória. Por: J. I. PACKER



"MAS, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; " 1 Ts 5.1-4









O Novo testamento anuncia repetidamente que Jesus Cristo voltará algum dia. Essa será sua "visita real", seu 'aparecimento" e "vinda" (grego: parousia ). Cristo voltará a este mundo em glória. O segundo advento do Salvador será pessoal e físico (Mt 24.44;At 1.11; Cl 3.4; 2 Tm 4.8; Hb 9.28), visível e triunfante (Mc 8.38; 2 Ts 1.10; Ap 1.7). Jesus vem para encerrar a história, levantar os mortos e julgar o mundo (Jo 5.28,29), conceder aos filhos de Deus sua glória final (Rm 8.17,18; Cl 3.4), e introduzi-los em um universo reconstruído (Rm 8.19-21; 2 Pe 3.10-13). Sua execução desta agenda será a última fase e triunfo final de seu reino mediatário. Uma vez que essas coisas se cumpram, a aplicação da redenção contra a oposição satânica, que era a obra específica do reino, terminará. Quando Paulo diz que Cristo então "entregará o reino" e se tornará sujeito ao Pai (1 Co 15.24-28), ele não está insinuando qualquer diminuição da honra subseqüente de Cristo, mas está significando o completamento do plano para trazer os eleitos ao céu que o Filho ressurreto foi entronizado para realizar. Os eleitos em glória, purificados e aperfeiçoados, honrarão para sempre o Cordeiro como aquele que foi capaz de abrir o livro do plano de Deus para cumprimento e aplicação da redenção na história, e fazer acontecer o que estava planejado (Ap 5). Na nova Jerusalém, Deus e o Cordeiro estão entronizados e reinam juntos para sempre (Ap 22.1,3)). Mas este reinado é a crescente conexão servo-Senhor entre Deus e os justos que se segue à era do reino mediatário, e não a continuação daquele reino como sul. 

Em 1 tessolonicenses 4.16,17, Paulo ensina que a vinda de Cristo terá a forma de um descida desde o céu, anunciado por um ressôo de trombeta, um clamor , e a voz do arcanjo. Os que morreram em Cristo já terão sido levantados e estarão com Ele, e todos os cristãos na terra serão "arrebatados" (isto é, levados às nuvens para o encontro com Cristo no espaço), para que possam em seguida retornar à terra com Ele, como parte de sua escolta triunfante. A idéia de que o arrebatamento os leva para fora deste mundo por um período antes de Cristo aparecer uma terceira vez para uma "segunda vinda" tem sido amplamente defendida, mas falta-lhe apoio escriturístico.

Embora alguns dos detalhes dados por Paulo tenham significação simbólica (a trombeta, como um clarim militar, chama a atenção para a atividade de Deus, Êx 19.16,19; Is 27.13; Mt 24.31. 1 Co 15.52; a nuvens significa a presença ativa de Deus, Êx 19.9,16; Dn 7.13; Mt 24.30; Ap 1.7), ele parece estar falando literalmente, e o fato de o que ele descreve estar além de nosso poder de imaginação não nos deve impedir de tomar sua palavras no sentido de que isso será assim.

O Novo Testamento especifica muito do que sucederá entre as duas vindas de Cristo, mas, afora q queda de Jerusalém em 70d.C. (Lc 21.20,24), as predições sugerem processo e não eventos isolados identificáveis, e não revelam sequer uma data aproximada do reaparecimento de Jesus. O mundo gentio será chamado à fé (Mt 24.14); os judeus serão trazidos ao reino (Rm 11.25-29, uma passagem que pode ou não antecipar uma conversão nacional); haverá falsos profetas e falsos Cristo ou anticristos (Mt 24.5,24; 1 Jo 2.18,22; 4.3). Haverá apostasia da fé e tribulação para os fiéis (2 Ts 2.3; 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1-5; Ap 7.13,14; cf. 3.10). Um "homem da iniqüidade", aparentemente não identificável, acerca do qual Paulo havia falado aos tessaçocicenses em um ensino oral que não possuímos (2 Ts 2.5), devia ou deve aparecer (2 Ts 2.3-12). Se o período de mil anos de Apocalipse 20.1-10 é realmente a história do mundo entre as duas vindas de Cristo, haverá uma último e apical luta de poder de alguma forma entre as forças anticristãs do mundo e o povo de Deus (vv 7-9). Nenhuma data, contudo, pode ser inferida desses dados; o tempo do retorno de Jesus permanece completamente desconhecido.

A volta de Cristo terá o mesmo significado para os cristãos que estiverem vivos quando acontecer como a morte tem para os cristãos que morrem antes de acontecer: será o fim da vida neste mundo e o início da vida naquilo que tem sido retratado como "um ambiente desconhecido com habitantes bem conhecido" (cf. Jo 14.2,3). Cristo ensina (Mt 24.36-51) que será um trágico desastre se a parousia encontrar alguém despreparado. Em vez disso, a idéia do que virá deve estar constantemente em nossas mentes, incentivando-nos em nosso atual serviço cristão (1 Co 15.58) e ensinado-nos a viver, como se ela fosse iminente, prontos a nos encontrarmos com Cristo a qualquer momento (Mt 25.1-13).

Autor: J. I. PACKER Fonte: Teologia Concisa, pg. 159, Ed. Cultura Crista

CRISTÃOS 'CULT'...NA ONDA DOS LIVROS 'FILOSÓFICOS'...


Na ânsia de tirar muitos cristãos do "obscurantismo e ignorância" e incentivá-los à leitura, muitos, num arroubo literário, começam a sugerir leituras duvidosas, de homens intitulados filósofos, intelectuais e dramaturgos, tais escrevem com a 'caneta suja' de suas mentes que odeiam a Deus, fazendo uso de um palavrório cheio de sujidades...entristece ver cristãos extasiados com essas 'obras' e influenciando tantos a gastarem preciosas horas sorvendo águas de fontes poluídas!...Não desgosto e nem desaprovo que se gaste algum tempo conhecendo livros que nos auxiliem no conhecimento antropológico, mas isso é bem diferente da 'quase paixão' que alguns demonstram pela leitura dos tais. O que nos torna parecidos com Cristo é nos assentarmos aos seus pés e ouvirmos as Suas palavras, outras fontes podem merecer um pouco de atenção, mas jamais, nossa devoção! 

(Teologia Puritana)
Fonte: https://www.facebook.com/pages/Teologia-Puritana/367297810056135?fref=photo

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

“Os Deveres Mútuos dos Maridos e Esposas – Parte 1″ por Richard Baxter


“Os Deveres Mútuos dos Maridos e Esposas – Parte 1″ por Richard Baxter

by Roberta Macedo | 25 novembro, 2013 | Casamento, Vida Cristã

Pessoas egoístas e não piedosas sempre entram em todo o tipo de relacionamento com o desejo de serem servidas e de gratificar suas próprias carnes sem conhecer ou se importar com aquilo que é requerido delas. Seu desejo é pela honra, lucro, ou prazer que seu relacionamento lhe proverá e não por aquilo que Deus e homem requerem ou esperam delas.[Gn 2:18, Pv 18:22] Suas mentes preocupam-se apenas com aquilo que elas podem ter e não com aquilo que elas devem ser ou fazer.

Elas sabem o que elas querem que outros façam por elas, mas pouco se importam com o dever que elas têm para com outros. É dessa maneira que muitos maridos e esposas se comportam.

Deveríamos estar muito interessados em saber quais são os deveres dos nossos relacionamentos. E como nós podemos agradar a Deus em nossos relacionamentos. Estude e faça a sua parte, e Deus certamente fará a parte d'Ele.

Direção 1. 

O primeiro dever dos maridos é amar as suas esposas (e as esposas seus maridos). Ef 5:25, 28, 29, 33. “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.– Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; — Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.” Veja Gn 2:24.

Algumas diretrizes para manter o amor são as seguintes:

1. Em primeiro lugar, escolha um bom cônjuge. Um cônjuge que seja verdadeiramente bom e gentil. Cheio de virtude e santidade ao Senhor.
2. Não se case até que você esteja certo de que você o ama completamente.
3. Não seja muito apressado, mas saiba de antemão todas as imperfeições que podem tentar você a desprezar o seu futuro cônjuge.
4. Lembre-se que justiça comanda você a amar aquele que abandonou o mundo inteiro por você. Alguém que se contentou em ser companheiro em seus trabalhos e sofrimentos e em compartilhar todas as coisas com você, e esse deve ser seu companheiro até a morte.
5. Lembre-se que mulheres são naturalmente criaturas carinhosas e passionais e assim como elas amam muito, elas esperam muito amor de você.
6. Lembre-se que você está debaixo do mandamento do Senhor; e negar amor conjugal a sua mulher é negar uma obrigação que Deus impôs enfaticamente sobre você. Obediência, portanto, exige o seu amor.
7.Lembre-se que vocês são “uma só carne;” você a atraiu para abandonar pai e mãe, e para unir-se a você.
8. Preste mais atenção nas coisas boas de suas esposas do que nos seus defeitos. Não permita que a identificadão de suas falhas faça vocês esquecer ou ignorar suas virtudes.
9. Não foque em suas imperfeições até que elas aborreçam você. Perdoe-as enquanto for correto aos olhos de Deus. Leve em conta a fragilidade do sexo. Considere também suas próprias falhas, e o quanto suas esposas precisam tolerar vocês.
10. Não provoque o mal em suas esposas, mas encorajem-nas a viver o que há de melhor nelas.
11. Vençam-nas com amor; e então elas serão amorosas com vocês, e consequentemente serão amáveis. Amor provocará amor assim como fogo provoca mais fogo. Um marido bom é a melhor maneira de se fazer uma esposa boa e amorosa.
12. Vivam diante delas a vida de um cristão prudente, humilde, amoroso, manso, abnegado, paciente, inofensivo, santo, e celestial.

Direção II.

Maridos e mulheres devem viver juntos.

Direção III. 

Aborreça não somente o adultério mas tudo que leva a lascívia e a violação de sua aliança matrimonial. [Mt 5.31,32; 19:9; Jo 8,4‑5, sobre adultério; Hb 13.4; Pv 22.14; Ho 4.2‑3; Pv 2.17; 1 Co 6.15,19; Ml 2.15; Pv 6.32,35; Dt 23.2; Lv 21.9; 18:28; Nm 25.9; Jr 5.7‑9]

Direção IV.

Marido e mulher devem ter prazer no amor e na companhia, e nas vidas um do outro. Quando marido e mulher tem prazer um no outro isso os une nos deveres, isso ajuda-os na execução de seus trabalhos, e no suportar de suas cargas; e é uma parte crucial do conforto dentro do casamento. [Pv 5:18,19]

Direção V. É seu dever solene viver em quietude e paz. Evitar todas as ocasiões de forte raiva ou discórdia.

I- Diretrizes mostrando a grande necessidade de evitar dissensões

1. Unidade é um dever requerido na sua união matrimonial. Será que você não pode concordar com a sua própria carne?
2. Divisões com o seu cônjuge vai trazer dor e aborrecimento a toda as áreas da sua vida… assim como você não quer se cortar e é rápido em cuidar de suas próprias feridas, da mesma forma você deve observar qualquer quebra na paz do seu casamento e rapidamente buscar resolvê-la.
3. Brigas esfriam o amor, brigas fazem o seu cônjuge ser alguém não desejável pra você na sua mente. Machucar é afastar; estar ligado pelos vínculos do casamento enquanto os seus corações estão afastados é um tormento. Ser internamente adversários, enquanto por fora são marido e mulher, transforma sua casa e prazer numa prisão.
4. Dissensões entre marido e esposa dividem toda a vida familiar; são como bois em jugo desigual, nenhum trabalho pode ser feito com a briga de um com o outro.
5. Isto também te torna inadequado para o culto ao Senhor; vocês não podem orar juntos nem discutir coisas espirituais juntos, nem podem servir como auxiliadores da alma um do outro.
6. Dissensões torna impossível uma boa gerência da casa.
7. Essas dissensões vão te expor às malícias de Satanás, e dará a ele vantagem para muitas e muitas tentações.

II – Diretrizes para evitar dissensões

1. Mantenha vivo o amor um pelo outro. Ame o seu cônjuge afetuosa e calorosamente. O amor irá subjugar a raiva; você não pode ficar amargurado com as pequenas coisas de alguém que você ama tanto; muito menos falará palavras duras, indiferentes ou qualquer outra forma de ofensa.
2. Tanto o marido quanto a esposa devem mortificar o orgulho e o sentimento egoísta. São esses sentimentos que causam intolerância e insensibilidade. Você deve orar e lutar por um espírito humilde, manso e tranquilo. Um coração orgulhoso é incomodado e provocado por qualquer palavra que parece atacar a sua auto-estima.
3. Não esqueçam que vocês dois são pessoas doentes, cheios de debilidades; e, portanto, esperem os frutos dessa enfermidade um no outro; e não se assustem com isso, como se vocês já não soubessem disso. Decida ser paciente um com o outro; lembrando que você casou com alguém pecaminoso, fraco e imperfeito, e não alguém como anjos, sem pecado e perfeito.
4. Lembrem-se que vocês ainda são uma só carne; e, portanto, não fique mais ofendido com as palavras e fracassos do outro do que você ficaria se eles fossem seus. Tenha tamanho ódio e desgosto pelo pecado, quanto deseja curar a ferida; mas não a ponto de inflamar e irritar a outra parte. Isso vai transformar raiva em compaixão, e te fará administrar o cuidado para a cura.
5. Façam previamente um acordo que quando um estiver pecaminosamente irado e irritado, o outro irá silenciosamente e gentilmente suportá-lo até que ele volte à sanidade.
6. Tenham os olhos no futuro e lembrem-se que vocês devem viver juntos até a morte, e devem ser companheiros e o conforto um do outro enquanto viverem; aí vocês verão o quão absurdo é discordar e aborrecer um ao outro.
7. No que depender de você, evite toda ocasião para raiva e brigas sobre questões familiares.
8. Se você está tão aborrecido que você não consegue se acalmar, pelo menos controle a sua língua e não profira palavras que machucam e insultam, colocando mais lenha na fogueira. (Não coloque pra fora a sua raiva só para alimentar a sua vingança carnal). Fique em silêncio e muito mais cedo você voltará à sua serenidade e paz.
9. Que o cônjuge mais calmo e racional fale com o outro cuidadosamente e racionalmente argumente ( a menos que seja uma pessoa tão insolente que tornará as coisas piores) . Geralmente, algumas sérias e fortes admoestações se mostram como água numa panela fervente. Diga ao seu cônjuge irado “você sabe que essas coisas não deveriam ocorrer entre nós; o amor deve resolver isso e trazer arrependimento. Deus não aprova isso e nós também não aprovaremos quando o calor da discussão passar. Essa disposição mental é contrária à disposição de oração, e essa linguagem também é contrária à oração; nós devemos orar juntos; não façamos nada agora além de orar; água doce e amarga não podem vir da mesma fonte” etc. Algumas palavras calmas e condescendentes podem parar uma torrente e reavivar a razão que a emoção dominou.
10. Quando você agir pecaminosamente contra seu cônjuge, confesse e peça perdão um ao outro, e orem pedindo perdão a Deus; e isso agirá como um preventivo na próxima vez, pois você certamente se envergonhará de fazer aquilo que confessou e pediu perdão a Deus e ao próximo.


Fonte: http://www.mulherespiedosas.com.br/